Exportador ganha seguro
Um dos principais diferenciais do seguro é o preço. Em média, será 10% menor do que no mercado externo. Para grandes exportadoras, a redução pode chegar a 15%, disse o presidente da seguradora, José Rudge.
O preço é um dos principais entraves para a contratação deste tipo de seguro no Brasil, mostrou uma pesquisa encomendada pela seguradora junto aos exportadores. "A percepção é que o seguro encarece o produto e também que as taxas são mais baixas no exterior", destaca Ney Dias, diretor da Unibanco AIG.
O mercado de seguros para exportação no Brasil ainda é pequeno, principalmente quando se considera o volume exportado pelo país. Este ano, deve movimentar US$ 140 milhões, menos que os US$ 160 milhões do ano passado. Para Rudge, outro entrave para o mercado se desenvolver é a falta de produtos. Ele avalia que o segmento tem potencial para movimentar US$ 300 milhões.
O produto foi apresentado em um hotel ontem à noite por Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda e atual presidente do conselho de administração do Unibanco. "Este seguro é uma forma singela e modesta de contribuir para a melhora do comércio externo brasileiro", disse, destacando que a demanda por eficácia, eficiência e competitividade é crescente nos mercados globais. Na platéia, estavam executivos de empresas exportadoras, como Embraer, Aracruz Celulose e Ford, além de vários corretores de seguros.
O seguro do Unibanco, segundo Rudge, é "porta a porta", ou seja, cobre desde a saída do produto da fábrica do exportador até a entrega ao comprador final no exterior. A apólice cobre os riscos de transporte e logística deste produto (como, por exemplo, se o navio afundar ou avião cair). A apólice também inclui a responsabilidade civil, ou seja, os danos que o produto possa causar a terceiros no exterior.
Na semana passada a Superintendência de Seguros Privados (Susep) autorizou também a inclusão de garantias contra contaminação dos produtos durante a fabricação e até de sabotagem.
Segundo Rudge, o atendimento do segurado será global, feito pelas unidades da AIG nos 130 países onde opera. Para definir os preços, será usado o modelo que a AIG usa lá fora.
A contratação da apólice é automática para valores até US$ 5 milhões no caso do transporte, ou seja, não precisa passar pela avaliação do IRB-Brasil Re, único ressegurador autorizado a atuar no país. Para responsabilidade civil, a aceitação automática é de até US$ 1 milhão.
Fonte: Valor Econômico - SP